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Idec e organizações denunciam retrocessos e risco de aprovação-relâmpago de nova lei de planos de saúde

<div> Tramitando em car&aacute;ter de urg&ecirc;ncia na C&acirc;mara, proposta pode impedir aplica&ccedil;&atilde;o do C&oacute;digo de Defesa do Consumidor aos contratos do setor e liberar reajustes&nbsp;</div> <div> &nbsp;</div>

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Atualizado: 

28/06/2017
Nesta terça-feira (27), o Idec e outras 13 organizações divulgaram um manifesto denunciando o risco de aprovação a toque de caixa de uma nova lei sobre planos de saúde com grandes retrocessos para o consumidor. 
 
A proposta, que tramita em caráter de urgência, está em discussão em uma comissão especial na Câmara dos Deputados, que avalia mudanças na legislação que regulamenta o setor de saúde suplementar (Lei nº 9.656/1998) a partir de 140 projetos de lei que tratam do tema. 
 
As organizações alertam que, pelo teor das audiências públicas já realizadas este mês, e a partir de declarações públicas de parlamentares da comissão e de empresários do setor, uma das mudanças pretendidas com essa reforma é afastar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) aos contratos de planos de saúde - proposta rechaçada no manifesto.
 
O texto destaca que o CDC representa hoje uma “tábua de salvação” para os consumidores de planos de saúde, que enfrentam problemas crescentes com a prestação do serviço - com negativas de cobertura, barreiras de acesso para idosos e doentes crônicos e reajustes proibitivos, por exemplo -, e conseguem na Justiça atendimento adequado. 
 
Graças ao Código, cerca de 90% das decisões judiciais contra planos de saúde são favoráveis ao consumidor.
 
Reajustes liberados e outros problemas
 
Além de rasgar o CDC, a comissão pode incluir outros pontos muito desfavoráveis ao consumidor, como a liberação do reajuste anual de planos de saúde individuais - hoje, o aumento é limitado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, ainda assim, já tem sido acima da inflação.
 
A comissão também pode transformar o rol mínimo de coberturas obrigatórias, atualizado a cada dois anos pela ANS, em máximo - de modo que o que não estiver na lista não seria coberto pelos planos.
 
Outros pontos aventados que beneficiam diretamente as empresas de planos de saúde são a autorização a venda de planos acessíveis, com imensas restrições de coberturas, e o fim do ressarcimento pelas operadoras ao Sistema Único de Saúde (SUS) toda vez que um cliente de plano de saúde é atendido na rede pública.
 
“A atual Lei de Planos de Saúde tem muitas lacunas e brechas que favorecem o mercado. Ela precisa de mudanças, mas não essas que estão sendo discutidas”, ressalta Ana Carolina Navarrete, advogada e pesquisadora em saúde do Idec.
 
Afronta 
 
Diante de todos os riscos de retrocessos, as organizações signatárias destacam que, em meio à crise política e de credibilidade do Congresso Nacional, a forma como o tema vem sendo conduzido é mais uma afronta à sociedade. 
 
“É inaceitável o método de trabalho da comissão especial, funcionando em regime de urgência, com a realização de poucas audiências públicas sobre um tema que requer discussões aprofundadas e com ampla participação de todos os segmentos interessados”, diz o texto.
 
 
 
 

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