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Idec defende proposta de rotulagem nutricional em reunião na Anvisa

Instituto apresenta evidências e pesquisas sobre a importância dos rótulos de advertência para a promoção da alimentação saudável

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Atualizado: 

17/11/2017
Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec, apresenta modelo de rotulagem do Instituto em painel técnico da Anvisa
Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec, apresenta modelo de rotulagem do Instituto em painel técnico da Anvisa

Na última quinta-feira (09), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Saúde se reuniram com pesquisadores, organizações de defesa do consumidor e da indústria de alimentos, em Brasília, para debater as propostas que definirão o novo padrão de embalagem de alimentos e bebidas no Brasil. 

O modelo de rotulagem frontal apresentado pelo Idec à agência, em agosto, foi uma das sugestões analisadas durante o painel técnico. Criado em parceria com a UFPR (Universidade Federal do Paraná), a proposta sugere que se inclua um triângulo preto de advertência na parte da frente da embalagem de alimentos processados e ultraprocessados.

De acordo com a professora de design da UFPR, Carla Spinillo, uma das idealizadoras do modelo, o símbolo de advertência propicia o empoderamento do consumidor e gera escolhas alimentares mais saudáveis. "Ninguém aqui em momento algum quer tirar o livre arbítrio do consumidor. A gente quer que a opção de compra seja informada", afirma Spinillo.

Além de defender a sua proposta, o Idec também apresentou pesquisas que comprovam a efetividade da rotulagem frontal de advertência. “O modelo se mostrou o mais efetivo para alertar a população, pois oferece as informações de forma mais clara e simples”, conclui Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Instituto.

Obesidade no Brasil

Para introduzir a situação do Brasil, a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa, apresentou dados divulgados este ano sobre saúde pública que mostram que metade da população tem excesso de peso e 19% está obesa. 

A coordenadora destacou que como consequência há um gasto exorbitante em saúde no país, o que poderia ser evitado a partir de medidas de prevenção. “Avançar na rotulagem nutricional frontal, deixar os ambientes mais saudáveis e regular a publicidade são algumas  das medidas mais custo efetivas para a redução da obesidade”, afirmou.

O consultor da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), Fábio Gomes, destacou que a população precisa saber o que está comprando e consumindo. Assim, defende a rotulagem nutricional frontal de advertência, pois a considera de fácil interpretação. 

Gomes criticou a estratégia defendida pela indústria de alimentos, que utiliza as cores do semáforo (verde, amarelo e vermelho) para alertar os consumidores sobre a quantidade de nutrientes críticos presentes em um produto, como açúcar, sódio, gorduras totais e saturadas. 
“Se a gente tem 3 possibilidades de cores para representar  alto, médio e baixo, teríamos até 243 possibilidades de combinação para o consumidor comparar”, disse. 

Debate na Anvisa

O Painel Técnico Sobre Rotulagem Nutricional Frontal de Alimentos faz parte do processo estabelecido pela Anvisa para aprofundar os debates de aprimoramento da rotulagem do País. O objetivo é assegurar que o processo regulatório seja transparente, baseado em evidências e que conte com ampla participação social.

Durante a primeira reunião, foram apresentadas referências como a experiência do Chile, que desde 2016 coloca selos de advertência em formato de octógonos pretos nos produtos que apresentam altos índices de nutrientes prejudiciais à saúde, e também do Uruguai, que está em processo de aprovação dos selos de advertência nos rótulos. 

Um próximo painel foi marcado pela agência para 12 e 13 de dezembro, com o intuito de abordar mais resultados das pesquisas realizadas, e  acontecerá na sede da OPAS, em Brasília.

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