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Entenda o que é obsolescência programada

Prática se aplica toda vez que os fabricantes produzem um ou vários produtos que, artificialmente, tenham, de alguma forma, sua durabilidade diminuída do que originalmente se espera

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Atualizado: 

04/02/2020
Foto: Istock
Foto: Istock
Conforme usamos um produto, é natural que ele sofra desgastes e se torne antigo com o passar do tempo. O que não é natural é que a própria fabricante planeje o envelhecimento de um item, ou seja, programar quando determinado objeto vai deixar de ser útil e parar de funcionar, apenas para aumentar o consumo. 
 
Apesar do avanço tecnológico, que resultou na criação de uma diversidade de materiais disponíveis para produção e consumo, hoje nossos eletrodomésticos duram muito menos do que há 50 anos. Os produtos são fáceis de comprar, mas são desenhados para não durar. Como efeito, os consumidores são obrigados a descartar os produtos adquiridos em um prazo muito menor e substituí-los por novos, que provavelmente também tiveram sua durabilidade alterada. Além do prejuízo ao consumidor, essa ação causa um impacto ao meio ambiente, pelo uso de recursos naturais, energia e geração de resíduos.
 
Uma máquina de lavar roupas, por exemplo, tem sido um grande alvo da obsolescência programada. Quando criada, ela durava muitos anos, mas as fabricantes notaram que venderiam apenas um número limitado de unidades. Por isso, passaram a disponibilizar no mercado modelos menos duradouros e com uma eficiência menor, embora o objetivo do eletrodoméstico continuasse o mesmo.
 
Na área tecnológica, a obsolescência programada pode ser vista com maior frequência. Geralmente, durante o período de garantia, smartphones, desktops e notebooks de alguns fabricantes funcionam normalmente. No entanto, após o fim desse prazo, passam a apresentar defeitos como superaquecimento ou esgotamento da bateria. Na quase totalidade dos casos o preço do conserto é tão alto que não vale a pena, e os consumidores são impelidos a adquirir um produto novo.
 
É importante lembrar que esses "superaquecimentos" colaboram para a emissão de poluentes, e o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% no Acordo de Paris, em 2018. Diante de uma situação tão alarmante, mudanças dos padrões de produção e consumo para diminuir o descarte desnecessário de toneladas de lixo eletrônico e tóxico no planeta, são essenciais para reverter esse quadro. 
 
Além disso, é dever do Estado regularizar, fiscalizar e induzir esses novos padrões. As empresas, por sua vez, devem garantir ao consumidor acesso à informação, até mesmo para garantir o descarte adequado de eletroeletrônicos, e assumir a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, seus impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental, como previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Só assim, é possúivel garantir o fim da obsolescência programada.

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