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Alimentos: Unicef incentiva informação nutricional na parte frente do rótulo

Proposta tem o objetivo de facilitar compreensão do consumidor e prevenir a obesidade em crianças e adolescentes. Idec apoia a implementação da rotulagem frontal no Brasil

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Atualizado: 

08/12/2016
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Nacional de Saúde Pública do México (INSP) divulgaram em novembro um relatório defendendo a implementação da rotulagem nutricional na parte da frente da embalagem de alimentos para facilitar a compreensão do consumidor e prevenir a obesidade em crianças e adolescentes. 
 
O Idec apoia a iniciativa e defende que ela seja incluída nas normas de rotulagem nutricional no Brasil, em revisão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 
O relatório contempla uma análise feita pelas organizações com mais de dois mil produtos alimentícios em quatro países da América Latina (Argentina, Chile, Costa Rica e México). A pesquisa constatou que 49% dos alimentos continham pelo menos uma alegação nutricional (uma frase no rótulo que destaca características positivas do produto) e 21% tinham personagens infantis. 
 
Cereais matinais e produtos lácteos, que contêm grande quantidade de açúcar, foram os que mais utilizam alegações nutricionais positivas, com 70% e 73%, respectivamente, de acordo com o levantamento. 
 
Para as entidades, a rotulagem de alimentos e bebidas ultraprocessados dirigidos a crianças e adolescentes deveria enfatizar os nutrientes que contribuem para o excesso de peso e para doenças crônicas não-transmissíveis, como açúcares adicionados, gorduras, sódio e energia.
 
Além disso, elas defendem que os países devem regular os diferentes elementos da embalagem que podem influenciar na escolha de um produto, como personagens, alegações e ofertas promocionais.
 
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, a prevalência de sobrepeso e obesidade infantil na América Latina é de 25% em crianças e adolescentes. “A promoção e publicidade de alimentos e bebidas contribuem significativamente para o aumento da obesidade nessa faixa etária e para o desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis na idade adulta”, destaca Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec.
 
Melhorias no rótulo
As organizações também avaliaram a preferência dos consumidores entre modelos diferentes de apresentação da informação nutricional do rótulo. O relatório aponta que mais de 95% dos entrevistados com menor escolaridade preferiram o sistema de “semáforo”, que indica por meio de cores o teor de nutrientes críticos para a saúde (açúcar, sódio e gorduras).
 
Durante os meses de junho e julho deste ano, o Idec realizou uma pesquisa semelhante com consumidores brasileiros que apontou que 93,3% apoiavam a proposta de rotulagem frontal, e 71,2% dos consumidores preferiram o sistema de “semáforo”, em relação aos outros.
 
O Idec defende que a revisão das normas de rotulagem de alimentos seja realizada o mais rápido possível, e apoia a adoção de informações frontais que destaquem os riscos que o alimento oferece à saúde. “O Brasil precisa avançar urgentemente na revisão das normas de rotulagem nutricional para que essa informação possa de fato ser utilizada para a promoção da alimentação adequada e saudável”, afirma Bortoletto.

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