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Oxfam lança campanha para combater a fome no mundo

<i>Estudo aponta que oito milh&otilde;es de pessoas passam fome somente na &Aacute;frica Oriental. Idec apoia campanha no Brasil</i>

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Atualizado: 

12/08/2011

Um estudo da Oxfam, confederação que reúne 15 entidades ao redor do mundo na luta contra a pobreza e injustiça, comprovou que os avanços obtidos nas últimas décadas com o combate à fome mundial estão sendo perdidos devido ao atual sistema alimentar, aliado à crise ambiental. Para combater esse declínio, a Oxfam lança nesta quarta-feira (1º/6), com o apoio do Idec, a campanha Cresça.

Em prol de um mundo sem fome, a campanha irá expor os governos de países que escoram o falido sistema alimentar que gera fome crescente, produtividade agrícola cada vez menor, busca por terras férteis e por água e a escalada de preços dos alimentos. O grupo de 300 a 500 companhias que se beneficiam dessa situação e conseguem criar um forte e estável lobby também será divulgado.

Isso fica claro quando notamos que somente quatro empresas multinacionais controlam a maior parte do comércio de alimentos em todo o planeta. Um exemplo dessa concentração nas mãos de poucos ocorre com os setor de cereais. Nesse ramo, apenas três companhias - Bunge, Cargill e Archer Daniels Midland - controlam aproximadamente 90% de todo comércio mundial do produto. A consequência desse cenário são preços voláteis que beneficiam as empresas por lucrarem com as variações.

Outro fator que influencia no aumento dos preços e consequentemente alavanca o sistema alimentar falido é a restrição ao uso de alimentos. Por exemplo, a política norte americana garante que 15 % do milho mundial se destine à produção de combustível. Em tempos de crise, o milho que poderia servir de alimento para aqueles que passam fome acaba virando combustível. O mais alarmante é que cálculos da Oxfam estimam que o total de grãos necessários para abastecer com biocombustível o tanque de um veículo seria suficiente para alimentar uma pessoa durante um ano inteiro.

Confira o vídeo da campanha:

Campanha
A Cresça pretende fazer um apelo aos governos mais poderosos, especialmente os que compõem o G20 - grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo juntamente com a União Europeia - para que seja criado um sistema alimentar mais justo e sustentável por meio do investimento em agricultura, valorizando os recursos naturais mundiais, fazendo melhor uso dos sistema e proporcionando igualdade às mulheres que produzem grande parte dos alimentos no mundo.

O apelo também será estendido ao setor privado. A campanha sugere mudanças no modelo de negócios pelo qual o lucro não se originaria às custas nem dos produtores pobres, nem dos consumidores ou do meio ambiente.

A campanha Cresça, além do apoio do Idec, conta também com aprovação de personalidades como ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, do Arcebispo Emérito Desmond Tutu e da atriz Scarlett Johansson.

O estudo
`Crescendo para um futuro melhor´, relatório criado pela Oxfam que deu origem à campanha, traz informações alarmantes. Segundo o estudo (que pode ser acessado, na íntegra, aqui - em inglês), oito milhões de pessoas, em sua maioria mulheres jovens e adultas, enfrentam a escassez crônica de alimentos na África Oriental. Além disso, até 2050, haverá um aumento de 70 % na demanda por alimentos, mas nossa capacidade de crescimento da produção alimentar está em declínio.

Outro dado aponta que o preço dos alimentos da cesta básica como milho, que já sofrem com altas históricas, só tendem a duplicar nos próximos 20 anos. Metade deste aumento será devido à mudança climática. Quem sofrerá o maior impacto do alavancamento do preços serão os mais pobres, parcela da população que gasta até 80% de sua renda com alimentação.

Para o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, agora é o momento de agir para frear essa crise de alimentos. "Não dá para esperar mais. Todos, principalmente os lideres políticos e as empresas globais, devem se comprometer em fazer chegar comida a quem precisa", afirma Lula.

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