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Plataforma permite ao consumidor conhecer impacto de seu banco na sociedade

Foi lançada anteontem a versão brasileira do “Guia dos Bancos Responsáveis” (GBR) 2015 em evento com participação de organizações nacionais e internacionais; a fase mundial do projeto, além de chegar aos consumidores brasileiros, chega também à França, Bélgica, Holanda, Suécia, Japão e Indonésia

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Atualizado: 

13/02/2015
Já está no ar a versão brasileira do Guia dos Bancos Responsáveis 2015. A plataforma foi lançada anteontem (11/02) em evento que contou com a presença de aproximadamente cem pessoas, incluindo membros da coalizão internacional de sete países que compõem o “Fair Finance Guide International” (Guia Internacional de Finanças Responsáveis), além das presenças do Cônsul-geral da Suécia, Renato Pacheco, e do Cônsul Geral Adjunto da  Holanda, Rogier van Tooren. 
 
O evento contou ainda com um painel de debates com a presença de Amaury Martins de Oliva (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça), Karina Koloszuk (WWF-Brasil), Aron Belinky (Centro de Estudos em Sustentabilidade FGV/SP) e Antônio Marcos Fonte Guimarães (Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil - Denor).
 
O site é uma ferramenta de informação e auxílio ao consumidor na avaliação sobre as políticas das instituições financeiras e seu impacto na sociedade. Conduzido pelo Idec no Brasil desde 2010, com consultoria da SITAWI Finanças do Bem, o projeto também é realizado na Indonésia, Holanda, França, Bélgica, Japão e Suécia, sob a coordenação da organização holandesa Oxfam Novib (que compõe a “família” Oxfam com mais outras 16 organizações presentes em mais de 90 países). O GBR conta ainda com apoio da SIDA (Swedish International Development Cooperation Agency). 
 
Na abertura do evento, a coordenadora executiva do Idec, Elici Bueno, e o membro do conselho diretor do Idec Hélio Silva, ressaltaram  a atuação da ONG no tema da Responsabilidade Socioambiental Empresarial para além da atividade bancária. “Desde 2004, o Idec pesquisa de forma transversal este tema nas empresas, já que atua analisando produtos e serviços oferecidos ao consumidor”.
 
“O objetivo do projeto é mobilizar as pessoas para que ajudem a reformar as políticas e práticas bancárias. A grande maioria das pessoas hoje gostaria que seus bancos modificassem suas ações e fossem mais transparentes” expôs Ted van Hees, coordenador do projeto na Oxfam-Novib, durante o evento de lançamento da plataforma. “O diálogo aberto com as instituições bancárias já na fase de avaliação dos bancos e durante todo projeto também é muito importante, e é a primeira coisa a ser feita”, complementou van Hess ao falar sobre a experiência de participação das instituições financeiras em outros países.
 
Imad Sadi, coordenador de metodologia do projeto na Oxfam-Novib, e responsável pelo desenvolvimento do trabalho em parceria com os países envolvidos, detalhou a metodologia do trabalho, que é a mesma para todos os países participantes, e lançou a pergunta sobre a capacidade das pessoas se considerarem atores de mudanças em grandes processos como os que envolvem as instituições bancárias.
 
Segundo Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec, a novidade da pesquisa, que tem sido aperfeiçoada desde 2010, é que ela inaugura coalização internacional através da utilização de uma nova metodologia que inclui a pesquisa de dados indiretos, antes feita por meio de questionários. Ele esclarece que, por meio da análise das políticas, é possível conhecer a Responsabilidade Socioambiental (RSE) dos bancos, mas por meio da pesquisa sobre práticas bancárias, verifica-se o cumprimento de normas legais. “Infelizmente, a importância de pesquisas de RSE bancárias ainda não chegou aos ministros da área econômica no Brasil, como ocorre em outros países. Como entidade civil, o Idec, e também as entidades parceiras, têm feito a sua parte, mas o desafio maior agora está nas mãos dos próprios bancos e governantes” complementou ele. Sobre o mesmo aspecto, Ione Amorim, economista do Idec e responsável pelos estudos de práticas do projeto, ressalta: “No que tange às práticas bancárias, nos últimos anos as médias de cumprimento da Lei tem ficando em torno de 50%. Vale lembrar que todas as medidas aqui, para serem consideradas políticas de RSE, precisariam ter pleno cumprimento, o que não tem ocorrido”.
 
Sobre os próximos passos na condução do projeto, Teresa Liporace, assessora de projetos do Idec, adiantou que o projeto prosseguirá nos próximos anos, agora com a novidade de que os Direitos do Consumidor, tema explorado exclusivamente no GBR Brasil, farão parte da metodologia internacional para todos os países da coalizão. Uma importante conquista que reflete a importância da Defesa do Consumidor como viés de avaliação do desempenho do setor financeiro na sociedade. “Está na nossa missão informar e formar cidadãos com noção de pertencimento ao mercado. O consumidor é o cerne dessa engrenagem” finaliza ela.
 
Estiveram também presentes representantes de organizações como a Contraf-CUT, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Instituto Sou da Paz. 
 
Conheça o GBR
Por meio da plataforma, o consumidor pode ter acesso ao desempenho dos seis maiores bancos do País em temas como financiamento à indústria e comercialização de armas, transparência; impostos; alimentos; meio ambiente; mudanças climáticas, geração de energia, mineração, óleo e gás, remuneração, florestas, direitos humanos e direitos trabalhistas. Ferramentas de mobilização por melhoria do setor financeiro e uma seção dedicada à pesquisa do Idec sobre Práticas Bancárias das instituições em relação aos consumidores nas operações bancárias mais comuns - como abertura de contas, contratação de crédito e quitação antecipada de crédito - também integram o conteúdo da plataforma que pode ser acessada AQUI.
 

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